O jornalista exemplar Por algum tempo, a reputação póstuma de George Orwell dependeu de duas obras ficcionais — A revolução dos bichos e 1984 — e de apenas três ensaios, amiúde recolhidos em antologias do gênero e traduzidos pela Companhia das Letras neste século: “Dentro da baleia” e “O abate de um elefante” (Dentro da baleia e outros ensaios, 2005), e “A política e a língua inglesa” (Como morrem os pobres e outros ensaios, 2011). Seus dois romances cedo se tornaram referências fundamentais da literatura especulativa de inspiração política: o alegórico A revolução dos bichos influenciou até Chico Buarque (Fazenda modelo), e expressões como Big Brother [Grande Irmão] e Newspeak [Novilíngua], lançadas em 1984, há muito caíram na boca do povo e na cloaca televisiva. À medida que a Guerra Fria avançava e os embates ideológicos se polarizavam ainda mais, o interesse pelos seus demais ensaios multiplicou-se em ritmo que não seria exagero qualificar de avassalador. E não apenas nos países de língua inglesa. Nem somente junto aos leitores liberais e mais à esquerda.
top of page
R$0,00Preço
bottom of page